domingo, 30 de janeiro de 2011

ÂNCORA



E quando chego lá, está um calor insuportável, apenas fiquei ali em baixo do guarda-sol, disfarçando, peguei o livro de Lawrence Block meu companheiro pra estas férias....e o suspense só aumentava minhas dúvidas... Quem havia matado a mocinha? Me disperso por uma fração de segundos, levanto levemente a vista, pego a água de coco e me deparo com ele ali, chegando do nada, ou melhor da esquerda ou seria da direita ( nunca me prendi a direções )....  Alto, curvas perfeitamente simétricas, barba por fazer, cabelos pretos, um short preto com detalhes em relevo, é um sorriso de tirar o fôlego. É . Sorriso indescritível. Olhos nos olhos por uma fração de segundo, e me encanto. Ele caminha calmamente na direção oposta a minha, penso e tre-penso em alguns segundo. Seria ele o tal? Vou ou não vou?Impulsiva,moderna, ácida, nunca cheguei em alguém que não fosse : O cara. O que valeria realmente a pena .Penso alguns segundo e decido ir até a beira da água, olhar o mar e fazer uma prece. Fico algum tempo, perdida do espaço/tempo daquela imensidão chamada de mar. Quando dou por mim, passei quase 1 hora ali, mesmo com toda a gritaria de crianças correndo, ambulantes tentando vender seus produtos, me sinto sozinha, e esqueço do tal rapaz por algum tempo.
Decido voltar ao lugar de origem, a sombra prometida. Viro lentamente, analisando as pessoas , os gestos, as roupas, os sorrisos, abaixo a cabeça e acabo rindo, faceira e suave. Mais ao fundo do cenário principal estava ele, agora com óculos de sol, ao meu lado do guarda-sol.  É, ao lado.. Sorrindo para mim, voltei lentamente, como em um desfile, sem pressa, sem medo.   O destino estava conspirando? O bonitão ao meu lado? Larguei a capa chamada proteção que até o exato momento me revestia e deixei me levar até você.
Ele seduz, ele conduz a conversa como uma dança. Ritmada e compassada. Relaxante e intrigante.
Sorri, balancei a cabeça, peço uma água, fico sem muitas palavras. Ele me conduza na conversa. Poucas frases, sei apenas o imprescindível. Hoje é domingo, à hora se aproxima. Aviso que tenho que voltar a capital, ele pede meu número. Hesito, mas acabo cedendo o número... Errado. Sei dos riscos

 O que me impediu de ir em frente, era a corrente que me ligava ao passado. Firme e forte como a âncora de um navio.

TODO O RESTANTE DA HISTÓRIA É MUITO VASTO. A vida segue. E tua imaginação é a porta para outro destino! 

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